“No essencial, UNIDADE. No não essencial, LIBERDADE. Em tudo, o AMOR”

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doutrina  Diante das últimas discussões teológicas e doutrinárias em que tenho me encontrado ultimamente na relação com as diversas expressões do cristianismo no Brasil e no mundo, tenho encontrado grande alento no conjunto dessas palavras. Elas podem ser aplicadas a diversas áreas da vida, porém acredito que em nenhuma delas se encaixam tão bem quanto em nosso conceito de Cristianismo. Se todos os líderes cristãos compreendessem a essência dessas palavras, talvez não teriamos tantos embates e divisões capazes de dividir tanto o corpo de Cristo. Essas palavras estão no final de um tratado escrito por Peter Meiderlin, teólogo luterano da cidade de Augsburg - Alemanha - no ano de 1627, talvez já correntes na Europa há alguns anos: “Si nos servaremus In necessariis Unitatem, In non-necessariis Libertatem, In utrisque Charitatem, optimo certe loco essent res nostrae”. A frase pode ser traduzida como: "No essencial, Unidade. No não essencial, Liberdade. Em tudo, o amor". Gosto mais da tradução "Caridade" ao invés de "Amor", já que "amor" tem sido interpretado no ocidente mais como um sentimento que como uma ação e "caridade" geralmente não cai nesta armadilha.
Mas vamos à frase...Bíblia-Sagrada
"No essencial, Unidade"...
Apesar das inúmeras divergências doutrinárias entre os cristãos, ainda acredito que há pontos doutrinários claros nas Escrituras Sagradas sobre os quais qualquer Cristão, independentemente de sua confissão específica, não poderia discordar. Acredito que na estrutura trinitária do Credo do Apóstolos, uma formulação da igreja primitiva preservada pela tradição cristã, provavelmente desenvolvida nas confissões batismais dos séculos III e IV no combate ao gnosticismo, promulgada no primeiro Concílio de Nicéia, está o que pode resumir - sem a pretensão de esgotar o assunto - os principais pontos que reivindicam o quesito da UNIDADE nas confissões cristãs. Ele pode ser traduzido como:
Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e da terra.
Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu; está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja Universal; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida eterna. Amém.
Podemos dizer que, para que uma pessoa se declare cristã, antes de qualquer coisa, precisa concordar com essa confissão universal (católica), cuidadosamente baseada nas Escrituras Sagradas para que pudesse livrar os cristãos primitivos e modernos de possíveis erros doutrinários a respeito de pontos INEGOCIÁVEIS da fé cristã.
"No não essencial, Liberdade"...
Doutrina CatólicaComo cristão leigo que sou, apesar de muito interessado na teologia cristã, não posso deixar de dizer que creio em certas formulações particulares a respeito da doutrina cristã que considero mais coerentes de acordo com as Sagradas Escrituras. Acredito até mesmo que a posição adotada por cada crente neste nível (NÃO ESSENCIAL) da doutrina cristã, tem tudo a ver com a saúde de sua espiritualidade e de seu caráte. É o caso de minha opção pessoal pelo Calvinismo como melhor expressão do Cristianismo histórico, por exemplo. Tenho inúmeros irmãos em Cristo que discordariam plenamente de minhas afirmações neste ponto, porém suas ideias - melhores ou piores - não podem anular o fato de que cremos no mesmo Deus, na mesma Escritura Sagrada, no mesmo Cristo e, assim, estamos unidos no mesmo Espírito. É por isso que podemos considerar essas questões como NÃO ESSENCIAIS e, neste contexto, acredito que a melhor postura cristã seria de LIBERDADE.  Nós Cristãos, divergimos em variados pontos de vista. Uns são criacionistas fundamentalistas e acreditam que a terra tem 6 mil anos de idade, outros não têm dificuldade de acretidar nos seus 6 bilhões de anos; uns crêem numa forma correta de se batizar, outros batizam de inúmeras formas e idades. Quanto à visão escatológica há amilenistas, milenistas, pré-tribulacionistas, midi-tribulacionistas, pós-tribulacionistas, etc. Não importa! O que nos une é o Amor (a Caridade) de Deus que está em Cristo Jesus, NOSSO Senhor, do qual NADA no mundo poderá nos separar (Romanos 8.31-39). E é este amor (caridade) que fecha com chave de ouro essa declaração espetacular do século XVII:110971
"Em tudo, o Amor".
"(...) o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado" (Romanos 5.5). É neste sentido que afirmamos que o amor é um dom (carisma) de Deus, colocado no coração do ser humano, capacitado apartir de então para amar. O amor jamais acaba (I Coríntios 13.8) e é por isso que encabeça toda a Lei (Romanos 13.8,9). O amor é o princípio da Unidade, Liberdade e da Coexistência. O amor permeia nossas declarações essenciais de fé - onde todos precisamos necessariamente concordar - e deve permear da mesma forma nossas discordâncias, fazendo com que o bom perfume de Cristo seja exalado por onde quer que passe alguém que se diga Cristão.
No amor de Cristo,
J.M.S.Júnior.
 Postada em 11 de fevereiro de 2013 no Blog "Estou em Obras".
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