

Trata-se do documento 110 do ementário do Supremo Concílio de 2014, em resposta à consulta oriunda do Sínodo de Garanhuns e do presbitério do Vale do Pajeú em 2012 sobre o posicionamento da IPB sobre a Igreja Evangélica Verbo da Vida (CE-SC/IPB 2012, Doc. CLXII) - disponível no site supracitado.
Mas afinal, por que o Sínodo de Garanhuns solicitou um posicionamento do Supremo Concílio sobre a IEVV? O motivo é citado no ofício número 4/2011 do Presbitério do Vale do Pajeú ao Sínodo de Garanhus: "O PRVP em sua última Reunião Ordinária decidiu consultar à IPB quanto ao reconhecimento da Igreja Verbo da Vida como igreja co-irmã, considerando que a mesma apregoa práticas doutrinárias estranhas às Escrituras Sagradas, bem como uma prática proselitista para com nossas igreja, visitando os nossos membros comungantes e congregados trazendo confusão em nosso meio. Serra Talhada, 28 de junho de 2011. Fraternalmente em Cristo Jesus". 

O documento segue com as respostas oficiais a essa solicitação, desde 2011 até 2014.
A princípio pensei: "haviam tantas formas mais simples de se resolver esse problema!", mas depois achei interessante a postura dos responsáveis por aquela congregação que, ao invés de simplesmente tomar uma dura postura por conta própria, resolveram recorrer a suas autoridades superiores, a fim de não se encontrarem aconselhando suas ovelhas contra uma igreja co-irmã - mesmo após constatar o que estavam vendo de errado. Afinal, isso não foi diferente em Belo Horizonte com a popularização do Centro de Treinamento Bíblico Rhema Brasil, seminário administrado pela IEVV em diversos estados brasileiros e em outros países. O "final" da história é o que foi noticiado em 2014 em diversos sites gospel, provocando indignação em alguns, motivo de chacota para outros e o sentimento de "eu já sabia" no coração de muitos moralistas puxa-saco da IPB.
Enfim, conhecendo melhor agora "os dois lados da história", acredito que seja possível construirmos um espaço mais justo de discussão sobre o caso sem simplesmente tomar partido de um lado por afinidade com ele ou por ódio do outro. Particularmente, achei que a IPB "pegou pesado" com a decisão de decidir rejeitar o batismo e a profissão de fé de um crente advindo da IEVV para suas congregações e de não considerar a IEVV como igreja co-irmã em Cristo (Resoluções 2 e 3 do Digesto Online). Como anglicano, acredito que todo crente batizado "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" - algo que a IEVV faz questão de guardar entre suas doutrinas - é um irmão na fé e seu batismo não pode ser invalidado, independentemente das condições morais ou racionais de quem batizou aquele crente, seja de segmento católico ou protestante.

Afinal de contas, Seita é seita, heresia é heresia. Do ponto de vista epistemológico, cada denominação, cristã ou não, é uma seita (segmento, doutrina). Um é da seita batista, outro da assembleiana, outro da Wesleyana e eu, da católica anglicana. Agora, heresia, creio que seja um fenômeno suscetível a qualquer um que tente interpretar as verdades eternas das Escrituras a partir da nossa temporalidade humana. Enfim, heresia é um fenômeno bem presente em cada uma dessas seitas, às vezes mais, às vezes menos.
Com amor, em Cristo Jesus.
Postado em 19 de agosto de 2014 no Blog "Estou em Obras".
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